sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Rua José Régio

José Régio

José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira, (Vila do Conde, 17 de Setembro de 1901 — Vila do Conde, 22 de Dezembro de 1969) foi um escritor português, que viveu grande parte da sua vida na cidade de Portalegre (de 1928 a 1967). É irmão de Júlio Maria dos Reis Pereira (pintor, poeta e engenheiro).

Biografia

José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira, é um escritor português, natural de Vila do Conde, e o seu nascimento data de 1901. Em Vila do Conde, terra onde viveu até acabar o quinto ano do liceu, publicou os seus primeiros poemas nos jornais, O Democrático e República.

Aos dezoito anos, José Régio, foi para Coimbra, onde se licenciou em Filologia Românica (1925), com a tese As Correntes e As Individualidades na Moderna Poesia Portuguesa. Esta tese na época não teve muito sucesso, uma vez que valorizava poetas quase desconhecidos na altura, como Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro; mas, em 1941, foi publicada com o título Pequena História da Moderna Poesia Portuguesa.

Em 1927, com Branquinho da Fonseca e João Gaspar Simões, fundou a revista Presença, que veio a ser publicada, irregularmente, durante treze anos. Esta revista veio a marcar o segundo modernismo português, que teve como principal impulsionador e ideólogo, José Régio. Este, também escreveu em jornais como Seara Nova, Ler, O Comércio do Porto e o Diário de Notícias. Foi neste mesmo ano que José Régio começou a leccionar num liceu no Porto, até 1928, pois a partir desse ano, passou a leccionar em Portalegre, onde esteve mais do que trinta anos. Em 1966, Régio voltou para Vila do Conde, onde veio a morrer em 1969.

José Régio teve durante a sua vida uma participação activa na vida pública, mantendo-se fiel aos seus ideais socialistas, apesar do regime autoritário de então, e também, seguindo os gostos do irmão, Júlio Saul Dias, expressou o seu amor pelas artes plásticas, ilustrando um dos seus livros.

Como escritor, José Régio, dedicou-se ao ensaio, à poesia, ao texto dramático e à prosa. Reflectindo durante toda a sua obra problemas relativos ao conflito entre Deus e o Homem, o indivíduo e a sociedade. Usando sempre um tom psicologista e misticista, analisando a problemática da solidão e das relações humanas, ao mesmo tempo que levava a cabo uma auto-análise.

José Régio é considerado um dos grandes vultos da moderna literatura portuguesa, e recebeu em 1966, o Prémio Diário de Notícias e, em 1970, o Prémio Nacional da Poesia. Hoje em dia, as suas casas em Vila do Conde e em Portalegre são casas museu.

Obras publicadas

Poesia

1925 - Poemas de Deus e do Diabo.
1929 - Biografia.
1935 - As Encruzilhadas de Deus.
1945 - Fado (1941), Mas Deus é Grande.
1954 - A Chaga do Lado.
1961 - Filho do Homem.
1968 - Cântico Suspenso.
1970 - Música Ligeira.
1971 - Colheita da Tarde.
.... - Poema para a minha mãe

Ficção

1934 - Jogo da Cabra-Cega.
1941 - Davam Grandes Passeios aos Domingos.
1942 - O Príncipe com Orelhas de Burro.
1945 a 1966 – A Velha Casa.
1946 - Histórias de Mulheres.
1962 - Há Mais Mundos.

Ensaio

1936 - Críticas e Criticados.
1938 - António Botto e o Amor.
1940 - Em Torno da Expressão Artística.
1952 - As Correntes e as Individualidades na Moderna Poesia Portuguesa.
1964 - Ensaios de Interpretação Crítica.
1967 - Três Ensaios sobre Arte.
1977 - Páginas de Doutrina e Crítica da Presença.

Teatro

1949 - Jacob e o Anjo.
1958 - Benilde ou a Virgem-Mãe.
1948 - El-Rei Sebastião.
1957 - A Salvação do Mundo.
1950 - Três Peças em Um Acto.





Museu José Régio


A Casa Museu José Régio em Portalegre foi instalada naquela que foi a habitação de José Régio durante 34 anos.

Quando José Régio foi colocado no Liceu Mouzinho da Silveira, em Portalegre, na casa funcionava uma pensão, onde se hospedou.

Data dos finais do século XVII e terá sido um anexo do Convento de São Brás, do qual ainda existem alguns vestígios, nomeadamente da capela. Também serviu como quartel-general aquando das guerras peninsulares e muito mais tarde pensão 21.

José Régio arrendou um humilde quarto e à medida que a necessidade de espaço aumentava com a ampliação constante da sua colecção, ia arrendando as outras dependências da casa, até que se transformou em hóspede único.

Em 1965 vende a sua colecção à Câmara Municipal de Portalegre com a condição desta adquirir a casa, restaurar e transformar em Museu. Ficaria com o usufruto e só a sua morte este passaria para a Câmara. Tal não aconteceu, pois José Régio morre a 22 de Dezembro de 1969 e o Museu só veio a abrir a 23 de Maio de 1971.

Mas antes de morrer ele voltou para a sua terra Natal, Vila do Conde, e também conseguiu abrir um museu na sua própria casa, por isso o museu chama-se agora Casa de José Régio.

Colecções

As colecções estão distribuídas por 17 salas de exposição permanente e por uma sala de reservas, em dois pisos.

Colecções expostas

Escultura
Pintura
Faiança
Mobiliário
Metais
Têxteis
Registos
Reserva
Escultura
Faiança
Numismática/medalhística
Registos
Trabalhos pastoris (marcadores de pão e bolos, cornas, polvorinhos, chavelhas e colheres)
Ferros forjados

Além deste espólio, a Casa Museu possui um variado acervo literário dividido entre a própria casa, as reservas e o centro de estudos.

Este espólio resultou do gosto, de José Régio pelas antiguidades pelo coleccionismo que segundo diz, nasceu-lhe cedo por influência do seu avô. Mas foi no Alentejo que se ampliou e desenvolveu.

A região era fértil e rapidamente se espalhou que havia um professor de Liceu que gostava e comprava coisas velhas. Começou por ser um passatempo, uma mania, mas depressa se transforma numa actividade regular, num vício.

Compra, vende e troca. Tinha épocas. A dos pratos: os "ratinhos" – uma faiança popular de Coimbra, trazida por migrantes que vinham ceifar ao Alentejo e no final das fegas os trocavam por roupas e tecidos, os de Estremoz, de Miragaia, de Fervença... Os estanhos, os cobres, e na cozinha os ferros forjados e outras curiosidades do artesanato alentejano – marcadores de pão e bolos, as pintadeiras, dedeiras ou canudos e os trabalhos em chifre como as cornas e os polvorinhos.

E não podemos deixar de referir a colecção de arte sacra. Os Cristos, a sua grande colecção, nas mais diversas apresentações e representações são, essencialmente, em madeira e de arte popular. Feitos por quem tinha um certo jeito, faziam parte do enxoval das noivas, em tempos idos no Alentejo.

Textos transcritos de “Wikipédia, a enciclopédia livre

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