sábado, 31 de outubro de 2009

O Bichano fugiu. E agora?

A Banhista e o Cão Grifon - Lise à Beira do Sena
(Pierre-Auguste Renoir)

Os animais (refiro-me aos domésticos) são, para alguns donos, “pessoas” da família. E como tal são tratados.

Para outros donos são “coisas” muito fofinhas quando bebés, mas muito incómodas logo que crescem e os obrigam a cuidados que não pensaram ser forçados a ter e que não querem ter e não têm.

Do exagero destes dois extremos nem sempre é encontrado um ponto intermédio onde racionalmente se enquadrem os animais, sem prejuízo, como deve ser natural, dos legítimos e “humanos” direitos dos mesmos.

Quando um animal verdadeiramente se perde (não se tratando de abandono camuflado) nasce uma grande angústia nos donos, muito principalmente nas crianças mais pequenas.

E maior angústia e dificuldade de recuperação se verifica se o animal não tem uma coleira identificativa, com um contacto ou a inserção de um “chip” subcutâneo.

Iniciam-se, então, os contactos com os canis do município da morada e também dos municípios limítrofes, os passeios de carro pelas redondezas e a afixação de pequenos cartazes, com fotografias dos desaparecidos, apelando às pessoas que os possam ter visto.

O que normalmente se não vê são cartazes informando ter sido encontrado um animal com determinadas características.

Existe, contudo, um outro meio para divulgar o desaparecimento dos nossos bichanos: a internet!

É precisamente o objectivo deste escrito divulgar uma página electrónica onde pode tentar encontrar o seu animal:


Divulgação de Animais Perdidos em Portugal


Neste preciso instante, através desta página, há quase 5000 pessoas a nível nacional que recebem notificações de animais perdidos na sua região, podendo assim ajudar na localização dos animais. Se é dono de um animal tem todo interesse em disponibilizar a sua colaboração

““Encontra-me.org” é um recurso gratuito mantido pela “Associação Pelos Animais”, cujo objectivo é ajudar a reunir animais perdidos em Portugal com as respectivas famílias. Assenta numa base de dados centralizada de animais perdidos, bem como num sistema de notificações por correio electrónico. “Encontra-me.org” fornece também informações abrangentes para ajudar quem perdeu um animal ou quem encontrou um animal perdido.

Se acha esta informação útil, divulgue-a!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Praceta Camilo Pessanha

Camilo Pessanha

Camilo de Almeida Pessanha nasceu em Coimbra, na freguesia da Sé Nova, no dia 7 de Setembro de 1867. Filho de Francisco António de Almeida Pessanha (estudante de Direito) e de Maria do Espírito Santo Duarte Nunes Pereira (governanta de seu pai), viveu com os seus pais em Coimbra, nos Açores e em Lamego. Estas mudanças de residência deveram-se essencialmente às colocações ou transferências do pai como juiz.

Em Lamego no ano de 1878 termina a instrução primária, e em 1884 completa o curso liceal no Liceu Central de Coimbra, ingressando posteriormente na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

Durante o período académico publicou poemas e outros escritos em revistas e jornais como “A Crítica” ou o “Novo Tempo”, embora tenha oferecido a maioria dos seus poemas.

A vida boémia que fez durante o seu percurso académico, em nada contribuiu para a melhoria da sua débil constituição física.

Em 1891 termina o curso de Direito e no ano seguinte ingressa na magistratura, ocupando o lugar de procurador régio de Mirandela. Dois anos mais tarde parte para Óbidos como advogado. Nesta cidade, aproxima-se de Alberto Osório de Castro, cuja irmã, Ana de Castro Osório desperta sentimentos amorosos no poeta, levando-o a pedi-la em casamento, no qual ela declina. O amor não correspondido terá levado Camilo a mudar o rumo da sua vida.

Camilo Pessanha

Em 1893 é aberto um concurso para Professores no Liceu de Macau. Camilo Pessanha apresenta-se como candidato e é nomeado como professor de Filosofia. Desempenhou outras funções em simultâneo com a docência, tendo sido advogado, conservador do registo predial e juiz substituto do tribunal da comarca.

Em Macau, adquire o gosto pelo coleccionismo de objectos raros e curiosidade pela língua e literatura chinesa. O contacto com a cultura chinesa fez com que escrevesse vários estudos e fizesse traduções de autores chineses.

As poucas viagens de Camilo a Lisboa tiveram como objectivo uma possível recuperação do seu estado de saúde, uma vez que, se encontrava viciado em ópio. Em 1916 recebe uma carta de Fernando Pessoa onde este manifestava admiração pela sua poesia, até então nunca editada, pedindo-lhe a publicação de alguns poemas na revista Orpheu.

A poesia de Camilo Pessanha foi uma grande influência para a geração de poetas modernistas, apesar de a sua obra só ter sido conhecida pelo público português essencialmente a partir de 1920, quando Pessanha decide ditar a maior parte da sua obra a João de Castro Osório. Este por sua vez, edita o volume “Clepsydra”, onde reúne poemas do autor.

Ao longo desta obra, são visíveis quatro grandes temas característicos do Simbolismo, tais como a dor, a solidão, a morte e a fuga para o nada.

“Clepsydra” (*) reúne poemas compostos por Pessanha ao longo de vários anos, muitas vezes declamados entre amigos e tão apreciados por figuras da literatura portuguesa como Eugénio de Andrade, José Régio, David Mourão-Ferreira, Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneiro.

Camilo Pessanha foi o expoente máximo do simbolismo. Este movimento literário de origem francesa e com uma enorme influência de Verlaine, surge em finais do século XIX e está intrinsecamente ligado à noção de decadência e ao pessimismo próprio desta. O termo decadência encontra-se presente no pessimismo de Pessanha, na sua angústia e saudosismo. É uma corrente que reage contra o materialismo, procurando a espiritualidade, a imaginação e o ideal.

Camilo regressa a Macau e após o agravamento do estado de saúde, acaba por falecer vítima de tuberculose no dia 1 de Março de 1926, encontrando-se sepultado no cemitério de S. Miguel Arcanjo em Macau.


Texto transcrito de “Rede de Conhecimento das Bibliotecas Públicas

(*) Pode aceder ao texto integral de Clepsydra AQUI

Biografia sintetizada e poema



Estátua



quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Associação de pais: agir, já!

Na Urbanização de Vale Mourão localiza-se a “EB1 /JI Vale Mourão”, mais concretamente na Rua Natália Correia. Isto de siglas é por vezes muito complicado de usar, pois pode acontecer que alguém possa não saber o que significa e, mesmo podendo arriscar-me a que me chamem pretensioso traduzo: EB1 / JI = Ensino Básico 1º Ciclo / Jardim-de-infância.

Permitam-me que defenda o ensino público como aquele que permite uma interligação, aprendizagem e compreensão entre crianças de diferentes origens sociais e que, nessa medida, é extraordinariamente importante valorizar. É esta a escola que muitas das nossas crianças irão frequentar. E, felizmente, uma escola que, para as que residam na urbanização, dispensa a utilização de um transporte. Uma mais valia que se extingue após se ter terminado o 1º Ciclo.

Estaremos recordados que ainda há pouco tempo se encontrava colocado um pano nos gradeamentos da Escola onde se podia ler uma terminante recusa a que as crianças (que transitavam de ciclo) fossem colocadas numa outra determinada escola. Ter-se-à, também, realizado uma reunião de pais promovida pela respectiva Associação com objectivo de prover meios que impedissem essa não desejável colocação.

As crianças foram mesmo colocadas nessa escola e não mais tivemos conhecimento do assunto. Mas, o mais grave, é que poderá, de novo, vir a verificar-se no final deste ano lectivo a mesma situação, sem que a Associação de Pais delineie, desde já, uma estratégia para o impedir e para o qual deve pedir a colaboração dos pais.

Abramos aqui um parênteses para clarificar que não existe da minha parte a intenção de demonizar a escola para onde os finalistas do 1º ciclo poderão transitar. Esse facto é patenteado através da preocupação que estou a ter em não revelar o nome da escola. O que está em causa é a distância que terão que percorrer para lá chegar crianças de 10/11 anos.

Aqui podem pôr-se dois argumentos:

Primeiro argumento: No meu tempo andava 3 quilómetros para chegar à escola ou ia de eléctrico sozinho ou levantava-me ainda de noite…e não morri.

Segundo argumento: É disponibilizado um autocarro para transportar as crianças para a nova escola.

Sobre o primeiro argumento nem sequer me vou dar ao trabalho de responder.

Sobre o segundo, entendo que possa ser uma hipótese a considerar, mas que será sempre pior do que manter as crianças mais próximo das suas residências até, pelo menos, ao fim do segundo ciclo.

É pois imprescindível que a Associação de Pais não deixe para amanhã o que pode fazer hoje e não desista, se o fez, de lutar à primeira contrariedade ou derrota com que se depare. É necessário, como já referi, que a Associação de Pais delineie, desde já, acções para a resolução desta questão com a colaboração dos pais.

Sobre o papel das Associações de Pais, na minha perspectiva, como é óbvio, voltarei a falar.
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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Praceta Manuel da Fonseca

Manuel da Fonseca

Ver AQUI, neste mesmo Blogue, as referências feitas a Manuel da Fonseca.
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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Decisões importantes em Novembro?

Moradores da Urbanização
Câmara Municipal de Sintra
Urbanizadora Beirobra



As entidades acima referidas constituem um triângulo por onde pode passar a resolução de alguns dos problemas que ainda assolam a Urbanização.

“REALIDADE E SONHO” é o título aposto num caderno (reivindicativo?) entregue à Câmara Municipal de Sintra (17-07-2008) e que (ao que consta) contem uma listagem dos problemas existentes na Urbanização e dos melhoramentos que deveriam existir. Contudo, a maioria, se não a quase totalidade dos moradores, que não foi globalmente chamada a participar na sua elaboração, ignora o conteúdo desse caderno.

E de novo se patenteia a convicção de que a consciência cívica não brota espontaneamente, sem que se criem condições que permitam aos cidadãos exercer o dever (a obrigação) de participarem activamente no levantamento dos problemas que consideram ser prioritários e na defesa dos interesses comuns.

A informação critica e a mobilização responsável dos moradores é a verdadeira força que uma qualquer “vanguarda” tem que ter para que, além da força da razão, tenha também a força do apoio dos moradores.

Tal como já anteriormente foi afirmado considera-se que não é possível mobilizar-se toda uma população sem que se verifique um mínimo de intervenção junto da mesma, sem que se estabeleça o diálogo e sem que se não estimule a participação dos munícipes de forma a que sintam como “coisa” sua as reivindicações que outros façam em seu nome.

Falar com as entidades com capacidade decisória (dialogando ou mesmo reivindicando) sem que toda ou parte substancial da população esteja disponível para o confirmar, apoiar e sustentar convictamente, não passa, na maioria das vezes, de um exercício académico egocêntrico.

Inexplicavelmente, porém, às vezes as situações desenrolam-se sem intervenções exteriores evidentes, oficiais e oficiosas, mas com uns pequenos “empurrões” de uma meia dúzia de cidadãos anónimos ou quase.

Vem tudo isto a propósito do conhecimento que o “Blogue da Urbanização de Vale Mourão” teve de uma reunião (22-09-2009) entre Serviços do Departamento de Urbanismo da Câmara Municipal de Sintra e a Firma Beirobra que motivou uma visita “in loco” no dia 28 do passado mês de Setembro com o objectivo de avaliar as situações relacionadas com a segurança de pessoas e bens que seriam consideradas prioritárias.

Também ficou acordado nessa reunião de 22 de Setembro de 2009 que se iria realizar uma nova reunião no decorrer do próximo mês de Novembro, para equacionar a situação da Urbanização que passará pela execução dos espaços públicos, alteração ao alvará e conclusão das obras de Urbanização. O atrás referido possibilitará a recepção ou o accionamento da garantia bancária (da Beirobra) para que o Município avance com a execução das obras em falta, que será o que (predizemos nós) virá a ser decidido.

A informação constante destes dois últimos parágrafos é, tanto quanto as nossas fontes o permitem afirmar, fidedigna.
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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Rua Oliva Guerra

Oliva Guerra

Oliva Correia de Almada Meneses Guerra nasceu em Sintra em 1898, e veio a falecer em 1982.

Foi poetisa, musicóloga, pianista, professora e cronista.

Foi presidente do Conselho Director do Instituto de Sintra que dinamizou as actividades culturais do Concelho de Sintra

Bibliografia

1922 – Espirituais
1926 – Encantamento
1928 – Ritmos
1930 – Evocações
1944 - Fonte Distante
1965 - Passos ao Longe
1975 - À Esquina do Tempo (Versos: 1922-1974)

Silêncio, Serenidade, Roteiro Lírico de Sintra fazem também parte da sua bibliografia mais conhecida.

Escreveu para o Diário de Lisboa e a revista Portugália.

A poetisa conviveu com outras personalidades sintrenses como a Condessa do Cadaval (Olga Cadaval), o compositor Viana da Mota e o poeta Nunes Claro.
A Câmara Municipal de Sintra homenageou-a em 1992 dando o seu nome a um Prémio Literário de poesia.

Oliva Guerra com suas alunas

O poema de Oliva Guerra, na Feteira da Condessa

Oliva Guerra escreveu sobre o Parque da Pena e um seu poema está gravado em mármore junto à ponte da Feteira da Condessa.


"PARQUE DA PENA RAMO SENHORIL
NO REGAÇO GRANÍTICO DA SERRA
EM TEU CONDÃO DE LÍRICA BELEZA
FICASTE NESTE MUNDO DE TRISTEZA
COMO UM SONHO DE AMOR PRIMAVERIL
- VERDE ESTROFE DE UM CANTO PANTEÍSTA
PARAÍSO QUE A ALMA NOS CONQUISTA
E QUE POR DOM DE DEUS DESCEU À TERRA!...
1957 OLIVA GUERRA"

domingo, 25 de outubro de 2009

H1N1 - É já amanhã!


Inicia-se amanhã a vacinação contra a Gripe A (ex-gripe Suína) – H1N1 – depois de os órgãos de comunicação social ocuparem espaço nos seus respectivos órgãos de informação a anunciarem a conta gotas a deslocação do camião que transportava as vacinas. Um autentico folhetim!

Também o Ministério da Saúde, através da Direcção Geral de Saúde divulgou (ver documento AQUI) e definiu os “Grupos alvo para vacinação por ordem de prioridades”. E à cabeça surgem os profissionais de saúde, entre os quais, subentende-se, os médicos e os enfermeiros.

Mas não é que muitos destes profissionais, pessoas alegadamente mais esclarecidas que a maioria das outras, têm dúvidas em ser vacinados, alegando, entre as mais diversas razões, que se não conhecem com segurança os eventuais efeitos secundários e que não sendo até à data esta Gripe A estatisticamente muitíssimo mais mortífera que a denominada Gripe Sazonal, os eventuais riscos da toma da vacina não justificam que se o faça.

Estes profissionais são mesmo uns desmancha-prazeres. Se o seu número aumenta corremos o risco de termos pago um produto destinado a ficar por aí perdido em qualquer armazém.

Preocupado o Ministério da Saúde avançou com sessões de esclarecimento/convencimento destinado aos profissionais mais renitentes. Amanhã já saberemos se estas “sabatinas” foram profícuas.



Tenhamos, contudo, consciência que este histerismo com a Gripe A tem contribuído positivamente para criar hábitos de higiene numa população que raras vezes lavava as mãos antes de comer, depois de defecar, depois de urinar, etc. Este hábito – lavar as mãos – que agora começa a ser inculcado nas crianças ao nível escolar, contribuirá para no futuro criar uma necessidade saudável que irá permanecer enquanto adultos contribuindo preventivamente para uma ainda melhor saúde no espaço Europeu.

Aqui ficam dois contributos para a criação deste hábito salutar:

Para adultos


Para crianças


sábado, 24 de outubro de 2009

Rua Teixeira de Pascoaes


Teixeira de Pascoaes

Teixeira de Pascoaes, pseudónimo literário de Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, (Amarante, 8 de Novembro de 1877 (*) — Gatão, 14 de Dezembro de 1952) foi poeta e escritor português e principal representante do Saudosismo.

X - Teixeira de Pascoaes

Vida

Nasceu no seio de uma família aristocrática de Amarante, o segundo filho (de sete) de João Pereira Teixeira de Vasconcelos, juiz e deputado às Cortes e de Carlota Guedes Monteiro. Foi uma criança solitária, introvertida e sensível, muito propenso à contemplação nostálgica da Natureza.

Em 1883, inicia os estudos primários em Amarante, e em 1887 ingressa no liceu da vila. Em 1895, muda-se para Coimbra onde termina os seus estudos secundários (em Amarante não foi bom aluno, tendo até reprovado em Português) e em 1896 inscreve-se no curso de Direito da Universidade de Coimbra. Ao contrário da maioria dos seus camaradas, não faz parte da boémia coimbrã, e passa o seu tempo, monasticamente, no quarto, a ler, a escrever e a reflectir.

Licencia-se em 1901 e, renitentemente, estabelece-se como advogado, primeiro em Amarante e, a partir de 1906, no Porto. Em 1911, é nomeado juiz substituto em Amarante, cargo que exerce durante dois anos. Em 1913, com alívio, dá por terminada a sua carreira judicial. Sobre esta sua penosa experiência jurídica dirá: "Eu era um Dr. Joaquim na boca de toda a gente. Precisava de honrar o título. Entre o poeta natural e o bacharel à força, ia começar um duelo que durou dez anos, tanto como o cerco de Tróia e a formatura de João de Deus. Vivi dez anos, num escritório, a lidar com almas deste mundo, o mais deste mundo que é possível — eu que nascera para outras convivências."

Sendo um proprietário abastado, não tinha necessidade de exercer nenhuma profissão para o seu sustento, e passou a residir no solar de família em São João do Gatão, perto de Amarante, com a mãe e outros membros da sua família. Dedicava-se à gestão das propriedades, à incansável contemplação da natureza e da sua amada Serra do Marão, à leitura e sobretudo à escrita. Era um eremita, um místico natural e não raras vezes foi descrito como detentor de poderes sobrenaturais.

Apesar de ser um solitário, Gatão era local de peregrinação de inúmeros intelectuais e artistas, nacionais e estrangeiros, que o iam visitar frequentemente. No final da vida, seria amigo dos poetas Eugénio de Andrade e Mário Cesariny de Vasconcelos. Este último haveria de o eleger como poeta superior a Fernando Pessoa, chegando a ser o organizador da reedição de alguns dos textos de Pascoaes, bem como de uma antologia poética, nos anos 70 e 80.

Pascoaes morreu aos 75 anos, em Gatão, de bacilose pulmonar, alguns meses depois da morte da sua mãe, em 1952.

Obra

Com António Sérgio e Raul Proença foi um dos líderes do chamado movimento da "Renascença Portuguesa" e lançou em 1910 no Porto, juntamente com Leonardo Coimbra e Jaime Cortesão, a revista A Águia, principal órgão do movimento.


(*) Todas as fontes bibliográficas indicam 2 de Novembro de 1877 como a sua data de nascimento. Contudo, o assento de nascimento/baptismo refere indubitavelmente que ele nasceu às cinco horas da tarde de 8 de Novembro de 1877, em Amarante. Segundo Luísa Borges, em O Lugar de Pascoaes, Pascoaes terá adoptado 2 de Novembro, como data do seu aniversário, por razões puramente simbólicas, por ser o Dia dos Mortos, uma "porta" para o "Mais Além".

Texto transcrito de "Wikipédia, A Enciclopédia Livre"

Anjos e Fantasmas

Este livro reúne 29 desenhos de Teixeira de Pascoaes acompanhados de excertos de diversas obras do Poeta. Como diz António Mega Ferreira na nota final, “Os desenhos […] falam por si. Quero dizer que eles não aparecem aqui para ilustrar os textos; muitas vezes, nem têm com eles correspondência directa. Vivem pela verdade da sua existência, que é o que dá corpo, em palavras e imagens, aos anjos e fantasmas que povoaram a fantasia do Poeta.”



sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A "culpa" é da Junta


Em 17 de Outubro, a propósito da rotunda recem construída junto do “Mini-Preço existente na Urbanização de Vale Mourão questionei, neste mesmo Blogue, (AQUI) se as opções viárias deveriam privilegiar os cruzamentos ou as rotundas.

Esta pergunta tinha como objectivo analisar a proibição de virar à esquerda aos veículos que saindo da “rotunda/ponte” sobre o IC19 se dirigiam para a Urbanização sendo obrigados a seguir em frente e, também a proibição de virar à esquerda para os veículos que saindo da Urbanização pela Rua José Gomes Ferreira se dirigiam para “Rio de Mouro Velho”

Desde essa data tenho constatado que um número bastante elevado de veículos continua a não respeitar nem os sinais verticais nem o traço contínuo.

Tenho para mim que a eliminação de cruzamentos constitui uma mais valia para o trânsito, obriga à diminuição de velocidades excessivas e, até na perspectiva da segurança, contribui para evitar acidentes.

Haverá moradores que não concordarão e que prosseguem com as transgressões numa atitude cívica incompreensível.

De registar que a existência desta “Rotunda em Vale Mourão” é politicamente assumida pela Junta de Freguesa de Rio de Mouro ao tornar público a páginas 8 do Boletim N.º 27 de Setembro de 2009 o seguinte texto:

Até aqui bastante problemático, sobretudo em horas de ponta, o cruzamento de Vale Mourão, que liga a Estrada de Rio de Mouro Velho ao Nó de Paiões do IC 19, foi transformado em rotunda, conforme solicitação desta Junta de Freguesia” (*)

Tudo leva a crer que será devido à construção desta Rotunda que, coerentemente, os técnicos de trânsito terão considerado irracional a existência de cruzamentos entre a mesma e a “rotunda/ponte” sobre o IC19.

Os cidadãos ao invés de desrespeitarem as normas vigentes têm neste caso concreto a oportunidade de se fazerem ouvir numa Assembleia de Freguesia aberta à intervenção do público e questionarem a oportunidade e a correcção técnica das medidas sugerindo, até, melhores. E se, mesmo assim, não forem atendidos, e se se continuarem a sentir injustiçados, devem intervir na Assembleia Municipal de Sintra logo que a mesma seja aberta à intervenção do público.

Por mim (e enquanto não encontrar uma proposta viária melhor) concordo com as alterações efectivadas.

(*) Os sublinhados são meus.
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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Rua António Botto


Anda vem...

Anda vem..., porque te negas,
Carne morena, toda perfume?
Porque te calas,
Porque esmoreces,
Boca vermelha --- rosa de lume?

Se a luz do dia
Te cobre de pejo,
Esperemos a noite presos num beijo.

Dá-me o infinito gozo
De contigo adormecer
Devagarinho, sentindo
O aroma e o calor
Da tua carne, meu amor!

E ouve, mancebo alado:
Entrega-te, sê contente!--- Nem todo o prazer
Tem vileza ou tem pecado!

Anda, vem!...
Dá-me o teu corpo
Em troca dos meus desejos...
Tenho saudades da vida!
Tenho sede dos teus beijos!



Poema de António Botto, musicado e cantado por Carlos Mendes


RESUMO

António Tomás Botto (Concavada, Abrantes, 17 de Agosto de 1897 — Rio de Janeiro, 16 de Março de 1959) foi um poeta português.

A sua obra mais conhecida, e também a mais polémica, é o livro de poesia Canções que, pelo seu carácter abertamente homossexual, causou grande agitação nos meios religiosamente conservadores da época. Foi amigo pessoal de Fernando Pessoa que traduziu em 1930 as suas Canções para inglês, e com quem colaborou numa Antologia de Poemas Portugueses Modernos. Homossexual assumido (apesar de ser casado com Carminda Silva), a sua obra reflecte muito da sua orientação sexual e no seu conjunto será, provavelmente, o mais distinto conjunto de poesia homo erótica de língua portuguesa. Morreu atropelado em 1959 no Brasil, para onde se tinha exilado para fugir às perseguições homófobas de que foi vítima, na mais dolorosa miséria. Os seus restos mortais foram trasladados para o cemitério do Alto de São João, em Lisboa, em 1966.

Os primeiros anos

António Botto nasceu em Concavada, freguesia do concelho de Abrantes, Portugal, às 8h00, filho de Maria Pires Agudo e de Francisco Thomaz Botto. O seu pai trabalhava como "marítimo" no rio Tejo. Em 1908 a sua família mudou-se para o bairro de Alfama em Lisboa, onde cresceu no ambiente popular e típico desse bairro, que muito influenciou a sua obra. Recebeu pouca educação formal e trabalhou em livrarias, onde travou conhecimento com muitas das personalidades literárias da época, e foi funcionário público. Em 1924-25 trabalhou em Santo António do Zaire e Luanda, na então colónia de Angola.

Personalidade

António Botto tinha uma forte personalidade. Descrevem-no como magro, de estatura média, um dandy, de rosto oval, a boca muito pequena de lábios finos, os olhos amendoados, estranhos, inquisitivos e irónicos (de onde por vezes irrompia uma expressão perturbadoramente maliciosa) frequentemente ocultados sob um chapéu de abas largas.

Tinha um sentido de humor sardónico, incisivo, uma mente e língua perversos e irreverentes, e era um conversador brilhante e inteligente. Era amigo do seu amigo, mas ferozmente ruim se sentia que alguém antipatizava com ele ou não o tratava com a admiração incondicional que ele julgava merecer. Este seu feitio criou-lhe um grande número de inimigos. Alguns dos seus contemporâneos consideravam-no frívolo, mercurial, mundano, inculto, vingativo, mitómano, maldizente e, sobretudo, terrivelmente narcisista a ponto de ser megalómano.

Era visitante regular dos bairros boémios de Lisboa e das docas marítimas onde desfrutava a companhia dos marinheiros, tantas vezes tema da sua poesia. Apesar de ser sobretudo homossexual, António Botto foi casado até ao final da sua vida com Carminda Silva Rodrigues ("O casamento convém a todo homem belo e decadente", como escreveu).

Despedido

Em 9 de Novembro de 1942 António Botto foi demitido do seu emprego na função pública (escriturário de primeira-classe do Arquivo Geral de Identificação) por:

"a) ter desacatado uma ordem verbal de transferência dada pelo primeiro oficial investido ao tempo em funções de director, por impedimento do efectivo;

b) não manter na repartição a devida compostura e aprumo, dirigindo galanteios e frases de sentido equívoco a um seu colega, denunciando tendências condenadas pela moral social;

c) fazer versos e recitá-los durante as horas regulamentares do funcionamento da repartição, prejudicando assim não só o rendimento dos serviços mas a sua própria disciplina interna."

Ao ler o anúncio publicado no Diário do Governo, Botto ficou profundamente desmoralizado e comentou com ironia: "Sou o único homossexual reconhecido no País..."

Para se sustentar passou a escrever artigos, colunas e crítica literária em jornais, e publicou vários livros, entre os quais "Os Contos de António Botto" e "O Livro das Crianças", uma colecção de sucesso de contos para crianças (que seria oficialmente aprovada como leitura escolar na Irlanda, sob o título The Children’s Book, traduzido por Alice Lawrence Oram). Mas tudo isto se revelou insuficiente. A sua saúde deteriou-se devido a sífilis terciária que ele recusava tratar e o brilho da sua poesia começou a desvanecer-se. Era alvo de troça quando entrava nos cafés, livrarias e teatros. Por fim, cansou-se de viver em Portugal e em 1947 decidiu emigrar para o Brasil. Para juntar dinheiro para a viagem organizou, em Maio desse ano, recitais de poesia em Lisboa e no Porto, que resultaram em grandes sucessos, com elogios por parte de vários intelectuais e artistas, entre os quais Amália Rodrigues, João Villaret e o escritor Aquilino Ribeiro. A 17 de Agosto partiu finalmente para o Brasil com a sua mulher.

Últimos anos

No Brasil residiu em São Paulo até 1951 quando se mudou para a cidade do Rio de Janeiro. Sobreviveu escrevendo artigos e colunas em jornais Portugueses e Brasileiros, participando em programas de rádio e organizando récitas de poesia em teatros, associações, clubes e, por fim, botequins.

A sua vida foi-se degradando de dia para dia e acabou por viver na mais profunda miséria. A sua megalomania agravada pela sífilis era gritante e não parava de contar histórias delirantes das visitas que André Gide lhe teria feito em Lisboa ("Se não foi o Gide, então foi o Marcel Proust..."), de ser o maior poeta vivo e de ser o dono de São Paulo. Em 1954 pediu para ser repatriado, mas desistiu por falta de dinheiro para a viagem. Em 1956 ficou gravemente doente e foi hospitalizado por algum tempo.

Em 4 de Março de 1959, ao atravessar a Avenida Copacabana, no Rio de Janeiro, foi atropelado por um automóvel do governo. Cerca das 17h00 de 16 de Março de 1959, no Hospital da Beneficência Portuguesa, Botto, mal barbeado e pobremente vestido, expira, abraçado pela sua inconsolável mulher, que o chora perdidamente.

Em 1966 os seus restos mortais foram trasladados para Lisboa e, desde 11 de Novembro do mesmo ano, estão depositados no Cemitério do Alto de São João.

O seu espólio será enviado do Brasil pela sua viúva Carminda Rodrigues a um parente, que o doará, em 1989, à Biblioteca Nacional.

A obra poética

"A vasta obra poética de Botto, em parte ainda dispersa ou não-recoligida, apesar de e também pelo muito que ele publicou, republicou, reorganizou em volumes dispersos ou suprimia de volumes anteriores, etc., poderá repartir-se em quatro fases: a juvenil, em que continua o tom da quadra dita popular, conjugando-o com aspectos da dicção simbolista que poetas como Correia de Oliveira, Augusto Gil, e sobretudo Lopes Vieira haviam introduzido nela; a simbolistico-esteticista, em que a juvenilidade tradicionalizante se literaliza dos requebros esteticísticos que marcaram, nos anos 20, muita poesia simultaneamente da tradição saudosista e modernista (é a das primeiras edições das Canções e breves plaquetes seguintes, em que todavia a personalidade do poeta já figura inteira em diversos poemas); a fase pessoal e original, nos anos 30, desde as edições de 1930-32 das Canções (em que ele ia encorporando selecções de colectâneas anteriores) até a Vida Que Te Dei e Os Sonetos (fase que é também a dos seus excepcionais contos infantis que tiveram realmente as edições estrangeiras que se julgava ser uma das mentiras megalomaníacas do poeta, da «novela dramática» António, e da peça Alfama); e a última fase, nos anos 40 e 50, até à morte que é a de uma longa e triste decadência, com poemas desvairadamente oportunistas, revisões desastrosas afectando nas reedições alguns dos melhores poemas anteriores [...]" em Líricas Portuguesas, de Jorge de Sena.

A tempestade desencadeada por Canções e por "Sodoma Divinizada", bem como por outras obras e artigos que apareciam nas livrarias e jornais da época de que importa destacar "Decadência" de Judite Teixeira, foi tremenda, e a Federação Académica de Lisboa, tendo como porta-voz Pedro Teotónio Pereira, denuncia no jornal "A Época", em Fevereiro de 1923, a "vergonhosíssima desmoralização, que sob os mais repugnantes aspectos, alastra constantemente".

A Federação Académica de Lisboa estaria com grande probabilidade apenas a servir de face pública das vontades do poder instituído da época porque pouco depois, em Março, é ordenada pelo Governo Civil de Lisboa a apreensão dos já mencionados livros de Botto, Raul Leal e Judite Teixeira.

Fernando Pessoa e Álvaro de Campos protestam contra o ataque dos estudantes a Raul Leal: "Ó meninos: estudem, divirtam-se e calem-se. (...) Divirtam-se com mulheres, se gostam de mulheres; divirtam-se de outra maneira, se preferem outra. Tudo está certo, porque não passa do corpo de quem se diverte. Mas quanto ao resto, calem-se. Calem-se o mais silenciosamente possível". Mas com pouco efeito. O impulso censório, moralista, obscurantista e homofóbico, ganha força com o regime do Estado Novo e a revista "Ordem Nova" declara-se "antimoderna, antiliberal, antidemocrática, antibolchevista e antiburguesa; contra-revolucionária; reaccionária; católica, apostólica e romana; monárquica; intolerante e intransigente; insolidária com escritores, jornalistas e quaisquer profissionais das letras, das artes e da informação". António Botto acaba por se ver forçado a emigrar para o Brasil e Raul Leal será vitima de espancamentos e deixará de escrever para jornais durante 23 anos.


Texto transcrito de: "Wikipédia, a enciclopédia livre".
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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Como votaram os moradores


Os resultados das Eleições Autárquicas são públicos e podem ser acedidas na Página Electrónica do Ministério da Justiça.

Também as páginas electrónicas de algumas Câmaras Municipais e das Juntas de Freguesia publicitam os resultados, distribuídos, inclusive, por Mesas de Voto.

Como em princípio a maioria dos moradores da Urbanização usaram o seu direito de voto nas Mesas 16 e 17 situadas em “Rio de Mouro Velho” sugere-se a análise dos resultados obtidos nessas duas mesas.

Com o objectivo de facilitar a consulta aos resultados eleitorais que directamente respeitam aos moradores da Urbanização de Vale Mourão, evitando uma procura eventualmente morosa, transcrevemos abaixo, para que possam “descarregar”, os ficheiros em formato PDF, conforme se explicita.

RESULTADOS ELEITORAIS AUTARQUICOS 2009



Resultados para a Câmara Municipal Sintra (obtidos em Rio de Mouro)


Resultados para a Câmara Municipal Sintra (obtidos em Rio de Mouro por mesas de voto)



terça-feira, 20 de outubro de 2009

Rua Mário de Sá-Carneiro

Mário de Sá-Carneiro

Nasceu, no seio de uma abastada família alto-burguesa, sendo filho e neto de militares. Órfão de mãe com apenas dois anos (1892), ficou entregue ao cuidado dos avós, indo viver para a Quinta da Vitória, na freguesia de Camarate, às portas de Lisboa, aí passando grande parte da infância.
Inicia-se na poesia com doze anos, sendo que aos quinze já traduzia Victor Hugo, e com dezasseis, Goethe e Schiller. No liceu teve ainda algumas experiências episódicas como actor, e começa a escrever.

Em 1911, com dezanove anos, vai para Coimbra, onde se matricula na Faculdade de Direito, mas não conclui sequer o ano. Aí, contudo, viria a conhecer aquele que foi, sem dúvida, o seu melhor e mais compreensivo amigo – Fernando Pessoa –, o qual, em 1912, o introduziu no ciclo dos modernistas.

Desiludido com a «cidade dos estudantes», segue para Paris a fim de prosseguir os estudos superiores, com o auxílio financeiro do pai. Cedo, porém, deixou de frequentar as aulas na Sorbonne, dedicando-se a uma vida boémia, deambulando pelos cafés e salas de espectáculo, chegando a passar fome e debatendo-se com os seus desesperos, situação que culminou na ligação emocional a uma prostituta, a fim de combater as suas frustrações e desesperos.

Na capital francesa viria a conhecer Guilherme de Santa-Rita (Santa-Rita Pintor). Inadaptado socialmente e psicologicamente instável, foi neste ambiente que compôs grande parte da sua obra poética e a correspondência com o seu confidente Pessoa; é, pois, entre 1912 e 1916 (o ano da sua morte), que se inscreve a sua fugaz – e no entanto assaz profícua – carreira literária.

Entre 1913 e 1914 vem a Lisboa com certa regularidade, regressando à capital devido à deflagração do conflito entre a Sérvia e a Áustria-Hungria, o qual a breve trecho se tornou uma conflagração à escala europeia – a I Guerra Mundial. Com Pessoa e ainda Almada-Negreiros integrou o primeiro grupo modernista português (o qual, influenciado pelo cosmopolitismo e pelas vanguardas culturais europeias, pretendia escandalizar a sociedade burguesa e urbana da época), sendo responsável pela edição da revista literária Orpheu (e que por isso mesmo ficou sendo conhecido como a Geração d’Orpheu ou Grupo d’Orpheu), um verdadeiro escândalo literário à época, motivo pelo qual apenas saíram dois números (Março e Junho de 1915; o terceiro, embora impresso, não foi publicado, tendo os seus autores sido alvo da chacota social) – ainda que hoje seja, reconhecidamente, um dos marcos da história da literatura portuguesa, responsável pela agitação do meio cultural português, bem como pela introdução do modernismo em Portugal.

Em Julho de 1915 regressa a Paris, escrevendo a Pessoa cartas de uma crescente angústia, das quais ressalta não apenas a imagem lancinante de um homem perdido no «labirinto de si próprio», mas também a evolução e maturidade do processo de escrita de Sá-Carneiro.

Uma vez que a vida que trazia não lhe agradava, e aquela que idealizava tardava em se concretizar, Sá-Carneiro entrou numa cada vez maior angústia, que viria a conduzi-lo ao seu suicídio prematuro, perpetrado no Hotel de Nice, no bairro de Montmartre em Paris, com o recurso a cinco frascos de arseniato de estricnina.

Contava tão-só vinte e seis anos. Extravagante tanto na morte como em vida (de que o poema Fim é um dos mais belos exemplos), convidou para presenciar a sua agonia o seu amigo José de Araújo. E apesar de o grupo modernista português ter perdido um dos seus mais significativos colaboradores, nem por isso o entusiasmo dos restantes membros esmoreceu – no segundo número da revista Athena, Pessoa dedicou-lhe um belo texto, apelidando-o de «génio não só da arte como da inovação dela», e dizendo dele, retomando um aforismo das Báquides (IV, 7, 18), de Plauto, que «Morre jovem o que os Deuses amam» (tradução literal de Quem di diligunt adulescens moritur).

Verdadeiro insatisfeito e inconformista (nunca se conseguiu entender com a maior parte dos que o rodeavam, nem tão pouco ajustar-se à vida prática, devido às suas dificuldades emocionais), mas também incompreendido (pelo modo com os contemporâneos olhavam o seu jeito poético), profetizou acertadamente que no futuro se faria jus à sua obra, no que não falhou.

Com efeito, reconhecido no seu tempo apenas por uma fina elite, à medida que a sua obra e correspondência foi publicada, ao longo dos anos, tornou-se acessível ao grande público, sendo actualmente considerado um dos maiores expoentes da literatura moderna em língua portuguesa. Embora não tenha a mesma repercussão de Fernando Pessoa, a sua genialidade é tão grande (senão mesmo maior) que a de Pessoa, mas porém muito mais próxima da loucura que a do seu amigo.

A terra que o acolheu na infância – Camarate –, e a quem ele dedicou também algumas das suas poesias, homenageou-o, conferindo o seu nome a uma escola local. O seu poema Fim foi musicado por um grupo português no final dos anos 1980, os Trovante. Mais tarde, o seu poema O Outro foi também musicado pela cantora brasileira Adriana Calcanhotto.

As suas influências literárias são de Edgar Allan Poe, Oscar Wilde, Charles Baudelaire, Stéphane Mallarmé, Fiódor Dostoievski, Cesário Verde e António Nobre. Este escritor influenciou vários escritores, entre eles Eugénio de Andrade.
Texto transcrito de: "Wikipédia, a enciclopédia livre".

Poema de Mário de Sá-Carneiro contemporâneo de Fernando Pessoa com música Adriana Calcanhotto – O outro:


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Farmácia Caseira

FARMÁCIA CASEIRA

INTRODUÇÃO

A “Farmácia Caseira” pode fazer a diferença no combate à doença, mas não substitui o recurso a aconselhamento profissional se os sintomas persistirem.

Esta “Farmácia Caseira”, que é estruturada para o Continente Europeu, deve conter os medicamentos prescritos pelo médico assistente no que se refere aos cuidados de saúde específicos de cada um dos respectivos utilizadores da “Farmácia”, nomeadamente quando se trata de doentes crónicos.

Este texto, que não utiliza uma terminologia técnica para uma melhor compreensão de todos, foi elaborado com base em várias fontes de informação e na ajuda pontual, mas importante, de um médico.


GENERALIDADES

Antes da utilização de qualquer medicamento verifique sempre o prazo de validade e, em nenhuma circunstância, utilize medicamentos fora de prazo.

Os medicamentos devem ser guardados em locais sem luz, calor e humidade e a temperaturas entre os 15 e os 22º centígrados. Contudo, determinados medicamentos obedecem a regras especiais de conservação, pelo que deve aconselhar-se com um farmacêutico nesta matéria

Leia previamente os rótulos e as instruções que acompanham cada medicamento e, na dúvida, não o utilize sem aconselhamento profissional.


ACESSÓRIOS

Algodão;
Compressas esterilizadas;
Gaze específica para queimaduras;
Guia de primeiros socorros;
Ligaduras elásticas;
Pensos adesivos;
Pinça;
Rolo adesivo;
Termómetro;
Tesoura.


DIARREIAS

Ultralevure 250mg (ligeira);
Imodium (liquida e várias vezes ao dia);
Dimicina (com febre);
Redrate (combate a desidratação).

Notas: Não beba águas e bebidas com gelo em zonas cujas águas não sejam devidamente tratadas e/ou que não confie; nessas mesmas zonas não coma alimentos crus (saladas, frutas com casca) que não sejam lavados numa solução de 2 gotas de lixívia pura para cada 1 litro de água ou, na dúvida sobre a eficácia desta solução, use um produto denominado Amukina (devidamente preparado para o efeito) e siga as instruções do rótulo.


DORES E FEBRE

Paracetamol 500mg (atenção doentes hepáticos graves e renais).


DORES MUSCULARES

Elmetacim spray (aplicação local).


ESTOMAGO EM FOGO

Pepsamar (antiácido).


FERIDAS

Alcool a 70º (muito agressivo);
Betadine;
Halibut (reparador da pele).


GARGANTA

Colluhextril (inflamações e dores ligeiras).


NARIZ

Soro fisiológico (nariz entupido).


NAUSEAS E VÓMITOS

Vomidrine (anti-histamínico);
Metoclopramida (aconselhe-se com um médico).


OLHOS

Soro fisiológico (irritações ligeiras);
Visadrom colírio (olhos vermelhos);
Clorocil colírio (conjuntivite com purgação amarelada).


PICADAS DE INSECTOS

Gelo num saco;
Compressa fria;
Fenistil gel.


CONCLUSÕES

1 – Para um melhor conhecimento dos medicamentos referidos aceda AQUI e pesquise pelo nome do medicamento;

2 – Se sofre de alguma doença crónica aconselhe-se com o seu médico sobre os medicamentos que devem constar da sua “Farmácia Caseira”;

3 - Este texto, sintético, não contempla todas as questões e como pretende ser apenas um ponto de partida para a elaboração de uma "Farmácia Caseira" não pode, consequentemente, responsabilizar-se o autor pelo mau e/ou indevido uso que se faça das sugestões e daí a necessidade de solicitar ao médico assistente um conselho personalizado sobre a matéria;

4 – Consulte periodicamente e sempre que necessário o seu médico.
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domingo, 18 de outubro de 2009

Rua Manuel da Fonseca

Manuel da Fonseca

Manuel Lopes Fonseca, conhecido como Manuel da Fonseca (Santiago do Cacém, 15 de Outubro de 1911 — 11 de Março de 1993) foi escritor (poeta, contista, romancista e cronista).

Após ter terminado o ensino básico, Manuel da Fonseca prosseguiu os seus estudos em Lisboa.

Estudou no Colégio Vasco da Gama, Liceu Camões, Escola Lusitânia e Escola de Belas-Artes.

Apesar de não ter sobressaído na área das Belas-Artes, deixou alguns registos do seu traço sobretudo nos retratos que fazia de alguns dos seus companheiros de tertúlias lisboetas como é o caso do de José Cardoso Pires. Durante os períodos de interregno escolar, aproveitava para regressar ao seu Alentejo de origem. Daí que o espaço de eleição dos seus primeiros textos seja o Alentejo. Só mais tarde e a partir de Um Anjo no Trapézio é que o espaço das suas obras passa a ser a cidade de Lisboa.

Membro do Partido Comunista Português (PCP), Manuel da Fonseca fez parte do grupo do Novo Cancioneiro e é considerado por muitos como um dos melhores escritores do neo-realismo português. Nas suas obras, carregadas de intervenção social e política, relata como poucos a vida dura do Alentejo e dos alentejanos.

A sua vida profissional foi muito díspar tendo exercido nos mais diferentes sectores: comércio, indústria, revista, agências publicitárias, entre outras.

Era presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores quando esta atribuiu o Grande Prémio da Novelística a José Luandino Vieira pela sua obra Luuanda, o que levou ao encerramento desta instituição.

Em sua homenagem, a escola secundária de Santiago do Cacém, chama-se "Escola Secundária Manuel da Fonseca".

Jornais e revistas onde colaborou
Afinidades
Árvore
Vértice
Altitude
O Diabo
O Diário
O Pensamento
Sol Nascente
Seara Nova

Poesia
Rosa dos ventos – 1940 – Edição do autor
Planície – 1941
Poemas dispersos – 1958
Poemas completos – 1958
Obra poética
O Largo

Contos
Aldeia Nova – 1942
O Fogo e as cinzas – 1953 – Edição Três Abelhas
Um anjo no trapézio – 1968
Tempo de solidão – 1973
Tempo de solidão – Edição especial dos Estúdios Cor (edição limitada e oferecida pela editora no Natal de 1973).

Romance
Cerromaior – 1943 Editorial Inquérito
Seara de vento – 1958

Crónicas
Crónicas algarvias – 1986
À lareira, nos fundos da casa onde o Retorta tem o café
O vagabundo na cidade
Pessoas na paisagem

Deixo-vos com um poema bem actual de Manuel da Fonseca na voz de Adriano Correia de Oliveira:



Texto transcrito de: "Wikipédia, a enciclopédia livre".

Saiba mais sobre Manuel da Fonseca AQUI

sábado, 17 de outubro de 2009

Cruzamentos ou rotundas?


Ao amanhecer de hoje muitos dos utentes do principal acesso à Urbanização de Vale Mourão foram surpreendidos com alterações no sentido do trânsito que já eram espectáveis com a construção da rotunda situada em frente do também recentemente construído “Mini Preço”

Estou convicto de que muitos serão os moradores que se insurgem contra esta alteração que os faz percorrer mais uma boa meia centena de metros, obrigando-os a seguir em frente, para a rotunda, onde farão a inversão de marcha que lhes dará acesso à urbanização.

Durante a meia hora em que observei a movimentação do trânsito no local constatei que um elevado número de condutores ignoravam o sinal de trânsito vertical de proibição de virar à esquerda e o traço contínuo marcado no pavimento.



Não digo que este desrespeito ao Código da Estrada seja consciente. Acredito mais que se trata de, levados pelo hábito, “não verem o sinal”, situação que, nos próximos dias, estará ultrapassada.

Para que não subsistam dúvidas esclareço que sou favorável a todas as alterações de trânsito que não causando prejuízos significativos aos utentes da estrada contribuam para o desaparecimento de cruzamentos.

Poder-se-ia colocar um incómodo aos moradores que ao sair da urbanização desejassem deslocar-se para “Rio de Mouro velho” e, estando impedidos de virar à esquerda, são forçados a virar à direita, contornar a “rotunda/ponte” sobre o IC19 para de novo regressar à Rua Máximo Silva.


A opção estará em subirem a Rua do Bradual, entrarem na Rua Máximo da Silva, contornarem a Rotunda em frente do “Mini Preço” e na segunda saída encaminharem-se para “Rio de Mouro Velho”



Não tenho (e neste particular não pretendo ter) a certeza absoluta de que estas medidas são boas para a fluidez do trânsito e para a minimização dos acidentes, não obstante estar convencido que as mesmas são positivas.

Continuo a pensar, no entanto, como já referi neste Blogue, que há que criar condições que permitam aos cidadãos exercer o dever (a obrigação) de participarem activamente na defesa dos interesses comuns e nas decisões que lhes respeitam e, já agora, saírem da sua inércia e intervirem nas Assembleias de Freguesia e Municipais em que os cidadãos o possam fazer.
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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Rua Sidónio Muralha


Sidónio Muralha

Reproduz-se um poema de Sidónio Muralha na boca de um politico Brasileiro:




– 1920: Em 28 de Julho, Sidónio Muralha nasce na Madragoa, Lisboa, filho do jornalista socialista Pedro Muralha.

– 1941: Publica BECO, poesia político-social.

– 1942: Com a chancela do “Novo Cancioneiro”, publica PASSAGEM DE NÍVEL, outros poemas de intervenção

– 1943: Desembarca no Congo Belga, em exílio voluntário. Ali chegará a ser director geral da Unilever Internacional (SM estudara Ciências Económicas e Financeiras em Lisboa e, mais tarde, estudará Administração de Empresas na Universidade de Louvain, na Bélgica).

– 1944: Casa, por procuração (ela em Portugal, ele no Congo) com Maria Fernanda d’Almeida. O casal terá quatro filhos: Alexandre, José Ricardo, Beatriz e Mário Jorge.

– 1950: Durante umas férias em Portugal, SM promove a edição de COMPANHEIRA DOS HOMENS, novos poemas político-sociais; e também do seu primeiro livro de poemas para crianças: BICHOS, BICHINHOS E BICHAROCOS.

– 1960: Pressionados pela efervescência política, os Muralha se afastam do Congo e, durante dois anos, irão morar em Bruxelas. Neste período, contratado pela Unilever, SM viaja constantemente pelo mundo, prestando assessoria económica a mercados financeiros. Estagia e trabalha em Bofatá, Guiné-Bissau, Ostende, Dakar, Londres e Paris.

– 1961: SM chega sozinho ao Brasil (a família virá mais tarde). Em São Paulo, com o escritor Fernando Correia da Silva e o pintor Fernando Lemos (ambos portugueses) funda a Editora Giroflé, que irá revolucionar e criar um novo padrão para as publicações dirigidas às crianças. Apoio integral de intelectuais e artistas brasileiros, sucesso de crítica e fracasso de bilheteira.

– 1962: A TELEVISÃO DA BICHARADA, poemas para crianças, chancela Giroflé, recebe o I Prémio da Bienal do Livro de São Paulo. Entretanto, SM continua trabalhando para a Unilever no Brasil, prestando assessorias financeiras, proferindo conferências pelo país todo. Sempre bem sucedido.

– 1963: SM publica OS OLHOS DAS CRIANÇAS.

– 1974: Ao embarcar para visitar o Portugal libertado, SM declara: “Voltar não voltarei. Sempre lá estive.”

– 1976: SM recebe o “Prémio Meio Ambiente na Literatura Infantil” pelo seu livro VALÉRIA E A VIDA.

– 1978: Falecimento de Maria Fernanda d’Almeida Muralha.

– 1979: SM recebe o “Prémio Portugal 79 – Livro para Crianças” pelo seu HELENA E A COTOVIA. Casa com a médica obstetra Dra. Helen Butler, com quem passa a viver em Curitiba.

– 1982: A 8 de Dezembro falece em Curitiba, Paraná, Brasil. Sidónio Muralha (1) foi um dos precursores do neo-realismo português com BECO (1941). Publicou 21 livros em prosa (contos, um romance, ensaio e depoimento) e versos para adultos e 15 para crianças, por editoras portuguesas e brasileiras.

É considerado um dos melhores poetas para crianças em língua portuguesa.




Texto transcrito de "Portal da Literatura"
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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

E se necessário indignarem-se!


Ainda a propósito do papel anónimo que encontrei na minha caixa de correio no passado dia 11 de Outubro (dia da votação para as eleições autárquicas) permito-me, sem por em causa a justeza das reivindicações feitas, surpreender-me com este apelo imprevisto ao uso do voto como forma de pressão para obter o mínimo a que qualquer cidadão tem direito enquanto munícipe e freguês no seu respectivo Concelho e Freguesia.

Surpreender-me na medida em que me parece evidente, neste particular, o desconhecimento e inércia dos moradores, possivelmente, legitimamente e compreensivelmente mais preocupados com situações que respeitam à incerteza das suas respectivas fontes de rendimento e, designadamente, referentes à subsistência, pagamento de prestações de casa e carros, educação dos filhos, e mais, muito mais.

Surpreender-me porquanto considero que não é possível mobilizar-se toda uma população sem que se verifique um mínimo de intervenção junto da mesma, sem que se estabeleça o diálogo e sem, sobretudo, que se não estimule a participação dos munícipes de forma a que sintam como “coisa” sua as reivindicações que outros façam em seu nome.

Falar com as entidades com capacidade decisória (dialogando ou mesmo reivindicando) sem que toda ou parte substancial da população esteja disponível para o confirmar, apoiar e sustentar convictamente, não passa, na maioria das vezes, de um exercício académico egocêntrico (*).

Surpreender-me porque a imprescindível mobilização das pessoas para colaborarem activamente não é visível, não a constato, não obstante me considerar minimamente atento ao que me rodeia.

A questão que se coloca é que a consciência cívica não pode brotar apenas nas ocasiões eleitorais. Há que criar condições que permitam aos cidadãos exercer o dever (a obrigação) de participarem activamente na defesa dos interesses comuns e não apenas uma vez de quatro em quatro anos.

E se necessário indignarem-se!

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(*) Atitude psicológica caracterizada pela ausência de distinção entre a realidade pessoal e a realidade objectiva.
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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Rua Cesário Verde

Cesário Verde

1855: A 23 de Fevereiro, num prédio da Rua da Padaria (junto à Sé de Lisboa), nasce José Joaquim CESÁRIO VERDE, filho de Maria da Piedade dos Santos Verde e de José Anastácio Verde.

1857: Peste em Lisboa; a família Verde refugia-se na sua quinta de Linda-a-Pastora.

1865: Os Verde passam a morar na Rua do Salitre (Lisboa). Cesário conclui a instrução primária e começa a estudar inglês e francês.

1872: Cesário começa a trabalhar na loja de ferragens do pai, na Rua dos Fanqueiros. Com 19 anos, tuberculosa, morre Maria Julia, irmã de Cesário.

1873: Cesário matricula-se no Curso Superior de Letras, onde conhece e se torna grande amigo do escritor Silva Pinto. Publica os seus primeiros poemas no Diário de Notícias.

1874: Publica mais poemas no Diário de Notícias (Lisboa) e nos jornais do Porto Diário da Tarde e A Tribuna. Ramalho Ortigão crava-lhe uma Farpa a propósito do poema Esplêndida. Boémia revolucionária no “Martinho”.

1875: Cesário conhece e faz amizade com Macedo Papança (futuro conde de Monsaraz). Continua a publicar poemas no Mosaico (Coimbra), n’A Tribuna e n’O Porto. Começa a dirigir a loja da Rua dos Fanqueiros e a quinta de Linda-a-Pastora.

1876: Desenvolve negócios. Frequenta a casa de Papança, na Travessa da Assunção, onde se cruza com Guerra Junqueiro, Gomes Leal e João de Deus. Os Verde mudam-se para a Rua das Trinas.

1877: Volta a colaborar no Diário de Notícias. Queixa-se dos primeiros sintomas de tuberculose.

1878: Passa a viver em Linda-a-Pastora. Nos jornais publica Noitada, Manhãs Brumosas, Em Petiz.

1879: Publica Cristalizações no primeiro número da Revista de Coimbra. É atacado pela republicana Angelina Vidal n’A Tribuna do Povo e pelo monárquico Diário Ilustrado.

1880: Publica O Sentimento dum Ocidental no número do Jornal de Viagens (Porto) dedicado ao tricentenário de Camões. Os Verde exportam maçãs para Inglaterra, Alemanha e Brasil.

1881: Cesário participa no “Grupo do Leão” e convive com Abel Botelho, Alberto de Oliveira, Fialho de Almeida, Gualdino Gomes e com os pintores José Malhoa, Silva Porto, Columbano e Rafael Bordalo Pinheiro.

1882: Morre, tuberculoso, Joaquim Tomás, irmão de Cesário.

1883: Cesário viaja para França, numa tentativa malograda de exportar vinhos portugueses.

1884: Publica Nós. Deixa de frequentar os meios literários. Activa negócios, produz, compra e exporta frutas. Recolhe-se a Linda-a-Pastora.

1885: Agrava-se o seu estado de saúde mas regressa a Lisboa e continua a trabalhar na loja da Rua dos Fanqueiros.

1886: Extremamente doente, instala-se em Caneças. Vai depois para casa de um amigo, no Lumiar (às portas de Lisboa), onde vem a morrer a 19 de Julho.

1887: Silva Pinto edita O Livro de Cesário Verde.

Transcrito de “Vidas Lusófonas



Biografia de Cesário Verde

Projecto Cantar Cesário Verde MySpace Music Videos

Eu temo muito o mar, o mar enorme,
Solene, enraivecido, turbulento,
Erguido em vagalhões, rugindo ao vento;
O mar sublime, o mar que nunca dorme.

Eu temo o largo mar, rebelde, informe,
De vítimas famélico, sedento,
E creio ouvir em cada seu lamento
Os ruídos dum túmulo disforme.

Contudo, num barquinho transparente,
No seu dorso feroz vou blasonar,
Tufada a vela e n'água quase assente,

E ouvindo muito ao perto o seu bramar,
Eu rindo, sem cuidados, simplesmente,
Escarro, com desdém, no grande mar!

Lisboa 1874

(O Livro de Cesário Verde)



terça-feira, 13 de outubro de 2009

H1N1

H1N1


Um amigo enviou-me uma informação sobre a gripe A (vírus H1N1) que não quero deixar, sem quaisquer comentários adicionais e sem alarmismos, de partilhar com os “vale mourenses”.

“Estava prevista a epidemia…”, refere o texto.

Um exemplar da revista SAÚDE de Junho de 2000 contem um artigo sobre as principais gripes já ocorridas

Na terceira página (75) da reportagem é referido o vírus H1N1 e a relação com os suínos. Ignorava-se, contudo, que o vírus H1N1 era o vírus da “gripe espanhola” que matou cerca de 20 milhões de indivíduos em 1918.

Veja-se, em especial, as páginas 76 e 77 que apresentam os sintomas e a forma como esse vírus actua.

Um extracto dessa revista pode ser acedido AQUI.


NOTAS:

1 - Para aceder ao ficheiro necessita de ter instalado no computador um programa denominado “PowerPoint” ou similar.
2 – Siga as instruções e mude de página “clicando” no lado esquerdo do “rato”

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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Rua José Gomes Ferreira

José Gomes Ferreira

José Gomes Ferreira (1900 - 1985) foi um escritor e poeta português

Nasceu no Porto a 9 de Junho de 1900. Com quatro anos de idade mudou-se para a capital. Estudou nos liceus de Camões e de Gil Vicente onde teve o primeiro contacto com a poesia.

Colaborou com Fernando Pessoa num soneto para a revista Ressurreição .

A sua consciência política começou a florescer também ela cedo. Licencia-se em Direito em 1924, tendo trabalhado posteriormente como Cônsul na Noruega. Paralelamente, seguiu também carreira como compositor, chegando a ter a sua obra "Suite Rústica" estreada pela orquestra de David de Sousa.

Regressa a Portugal em 1930 e dedica-se ao jornalismo. Fez colaborações importantes tais como nas publicações Presença, Seara Nova, Descobrimento, Imagem, Sr. Doutor e Gazeta Musical e de Todas as Artes. Também traduziu filmes sob o pseudónimo de Álvaro Gomes.

Inicia-se na poesia com o poema Viver sempre também cansa em 1931, publicado na revista Presença. Apesar de já ter feito algumas publicações nomeadamente os livros Lírios do Monte e Longe, foi só em 1948 que começou a publicação séria do seu trabalho, com Poesia I e Homenagem Poética a António Gomes Leal (colaboração).

Ganhou em 1961 o Grande Prémio da Poesia da Sociedade Portuguesa de Escritores, com Poesia III.

Comparece a todos os grandes momentos "democráticos e antifascistas" e, pouco antes do MUD (Movimento Unitário Democrático), colabora com outros poetas neo-realistas num álbum de canções revolucionárias compostas por Fernando Lopes Graça, com a sua canção "Não fiques para trás, ó companheiro".

Em 1978 foi projectada em Lisboa pelo seu filho Raul Hestnes Ferreira, a Escola Secundária de Benfica que viria ser Escola Secundária de José Gomes Ferreira em sua homenagem.

Tornou-se Presidente da Associação Portuguesa de Escritores em 1978 e foi candidato em 1979, da APU (Aliança Povo Unido), por Lisboa, nas eleições legislativas intercalares desse ano. Associou-se ao PCP (Partido Comunista Português) em Fevereiro do ano seguinte. Foi condecorado pelo Presidente Ramalho Eanes como grande oficial da Ordem Militar de Santiago de Espada, recebendo posteriormente o grau de grande oficial da Ordem da Liberdade.

No ano em que foi homenageado pela Sociedade Portuguesa de Autores (1983), foi submetido a uma delicada intervenção cirúrgica. Veio a falecer dois anos depois, a 8 de Fevereiro de 1985, vítima de uma doença prolongada. O Presidente da Câmara de Lisboa, Jorge Sampaio, descerra uma lápide de homenagem ao escritor em 1990, na sua última morada.

No ano do Centenário do nascimento do Poeta (1900 - 2000), a Videoteca da Câmara Municipal de Lisboa produziu um documentário biográfico sobre José Gomes Ferreira, intitulado Um Homem do Tamanho do Século, já exibido na RTP 2 e na RTP Internacional. Foi realizado por António Cunha (director da Videoteca), com uma magnífica interpretação do actor João Mota, dizendo diversos poemas de José Gomes Ferreira. Também a Pianista Gabriela Canavilhas participa no documentário, interpretando uma peça musical praticamente inédita, composta por Gomes Ferreira para piano.


José Gomes Ferreira from Videoteca Municipal de Lisboa on Vimeo.

Texto transcrito de “Wikipédia, a enciclopédia livre.”